01/08/2003

Hot, hot, hot...

Fui almoçar com a Maria. Está tanto calor que nem assunto para falar tinhamos. Parecia que a lingua se colava ao céu da boca, e que até o esforço de mastigar era sobrehumano. Quem habitualmente nos vê, ao almoço, sabe que parece sempre que não nos vemos há meses e temos muita conversa para por em dia. Hoje deixámo-nos derreter na mesa do sítio do costume. 40º em Lisboa. Céus!...
Ontem apanhei um bocado das notícias da noite na televisão. Imaginar a minha casa perto de um dos locais em chamas de Portugal, em que Vila de Rei é o pior caso do ano (ter um incêndio no perímetro urbano de uma localidade e os bombeiros ficarem sem água é atroz) deixou-me com um nó na garganta.
Por mais esforço que faça, nada me ocorre que não esteja de alguma forma relacionado com a temperatura do ar.
Excepto a tentativa de comprar roupa à hora de almoço. Talvez o azar tenha sido o ter entrado numa loja de roupa para raparigas com anorexia ou bulimia. Nem o meu número, orgulhosamente exposto numa prateleira, me servia! É que nem nas ancas passava, sequer! A t-shirt que tentei enfiar fez-me sentir muito inteligente: era um XL mas nem pela cabeça consegui que passasse. A minha caixa craniana, portanto, é muito grande mesmo, o que se torna necessário para albergar convenientemente todas as minhas células cinzentas.
O calor dilata os corpos, não as cabeças. E muito menos as roupas.