09/02/2004

Resumo

Dois dias calmos. A viagem no sábado foi extremamente cansativa por causa do nevoeiro, mas chegámos bem e a tempo de ir falar com o Sr.Padre. A conversa foi fácil, ele é dos padres relativamente liberais, que tem consciência da sociedade em que se insere e que fala como nós. Todos os problemas que imaginei que ele levantasse nem foram aflorados. A única condição que ele colocou como uma quase obrigação foi que os pais, companheiros e padrinhos fossem pelo menos a uma reunião de preparação para o batismo. Vamos ver se consigo reunir toda a gente na primeira, que às outras será mais fácil justificar ausências. A minha mãe e a minha avó quase estalavam de alegria por mais um cordeirinho se juntar ao rebanho católico. Eu continuo não muito entusiasmada, mas tenho de admitir que não lhe faz mal, ele quer, dá alegria a tantos, logo, eu levo o assunto por diante, compenetrada na missão de continuar a fazer o que faço até agora: transmitir valores morais e principios de vida e civismo ao Pedro, dos quais muitos são os mesmos da fé cristã, que são perfeitamente válidos, e nos quais eu fui também educada.
Gostei mesmo muito deste fim-de-semana. As querelas entre a minha mãe e a minha avó parecem sanadas. Não houve atritos nenhuns, estivémos todos muito bem dispostos, e a minha avó estava mesmo bem de aparência e de saúde. Para os seus 84 anos, ontem parecia ter menos vinte. Verdade é que ela sempre disse que gostava que o meu avô morresse primeiro, para ela poder ter um pouco de descanso. E isso aconteceu, e pela primeira vez na minha vida vejo a minha avó sem preocupações, sem obrigações a cumprir, e apesar da tristeza pela perda do companheiro de 64 anos de vida em comum, com um ar descansado e tranquilo. E, na viagem de regresso, a minha mãe com cara de quem se sente também tranquila por se ter sentido bem junto da mãe.
Eu hoje partilho da tranqulidade das duas. Estou bem.