24/09/2003

A quem não aconteceu!

Ontem referi o questionário a que respondi quanto à qualidade da empresa onde trabalho, em que uma das perguntas era se podiamos ser nós próprios aqui, ao que respondi que não, apesar de eu não me dar muito ao trabalho se ser outra coisa qualquer, o que me tem prejudicado em termos de carreira.
Ontem estava bem vestida, e quando fui procurar a tal da cigarreira, as primeiras que me mostravam eram todas carissimas, a preços que infelizmente não posso ponderar pagar apenas para não ver os novos anuncios antitabágicos nos maços de tabaco.
Hoje chego aqui, faço a ronda dos "meus" blogs, e apanho um post da Maria sobre aparências, comentado depois pela EspectacológicaS, com histórias que são semelhantes a tantas outras pelas quais já passei. Lembrei-me até de uma, não própria, mas de Bruce Springsteen, que até no Telejornal deu, há uns anos atrás, em que uma empregada de uma loja de pronto-a-vestir se teria recusado a atender o "Boss" e a mulher, porque iam ambos mal trajados.
É das coisas infelizes da nossa sociedade. Saint-Exupéry disse-o, quase toda a gente o conhece: "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos", mas ainda mais velho é o "à mulher de César não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo".
Mais não digo, por ora, que estas coisas não me deixam lixada, mas triste. Coisas da idade, que entre os dezanove e os vinte anos, depois de uma cena quase igual à que a EspectacológicaS partilha connosco, curti bué andar de loja fina em loja fina a fazer as mal educadas empregadas desarrumar tudo das prateleiras e sair sem comprar nada.