24/11/2003

Preguicite aguda

É sempre assim. Quando estou cansada, a minha produtividade acaba à hora de almoço. Ainda que não coma, ou que coma pouco, por volta desta hora, deixo de ter vontade de fazer seja o que for. Tenho dois ou três processos para tratar, mas bem podem ficar para amanhã. Ainda por cima a impressora está meio avariada, o que é uma excelente desculpa para não fazer certas coisas. E para fazer outras, como divagar.
O dia está cinzento. Os noivos vão para Cabo Verde. Ainda tenho de ir beber café. Já bebi. Soube-me bem. Agora ia bem uma sesta, mas dá muito nas vistas, que tenho uma camisola azul clara e as casas de banho daqui não são confortáveis para o efeito. Já o experimentei uma vez e não resulta. Resultava ir-me embora, mas não posso. O melhor é ficar aqui mesmo, fumar mais um cigarro, reinventar a profissão de molde a parecer giro trabalhar aqui. Também ia bem outro daqueles whiskies que serviram no casamento. Velho, de malte. Sem gelo. Hummmm.
Pelo sim, pelo não, ligo para o Artur para ver se ele não passa o dia a dormir. E depois para a minha mãe, para combinarmos onde se bebe café logo à tarde, depois da saida. Tenho de acertar contas com ela, é uma boa altura para o fazer.
Olho em frente e revejo a minha vontade de trabalhar nos olhos do Álvaro. Gostava mesmo de poder fazer mais coisas para o ajudar, mas ele não deixa. E também não era AGORA que o queria fazer. Se calhar vou parar estas baboseiras, para amanhã não ter mesmo nada meu para fazer, que assim sei que ele me dá coisitas para tratar.
Por enquanto não chove. Como dizia ontem o Artur, de que falarão os tipos que trabalham em meteorologia quando vão no elevador? Se falarem do estado do tempo é falar de trabalho, né? Não tem piada.
Ok, já sei "cala-te, Ana!".