25/08/2003

Treze dias depois

Adoro passar o mês de Agosto em Lisboa. O trânsito é menos complicado e há lugar para estacionar, por isso trago o carro. Nos cafés e restaurantes há lugar para sentar, os poucos que pela metrópole ficam têm menos pressa, e há já duas semanas que ninguém me acotovela no quiosque. Pena é que passar o mês de Agosto em Lisboa signifique ter férias em Julho ou Setembro, e, por consequência, ter de trabalhar quando os outros descansam. Não por os outros descansarem, que eu não sou de invejas. O mau disto é que quem fica a trabalhar tem o triplo das tarefas a desempenhar, metade da experiência para o fazer, e dez vezes menos vontade. Trabalho numa área em que dependo da qualidade do serviço alheio para que o meu corra bem. Quando todos os outros que estão a trabalhar sofrem do sindroma laboral de Agosto, tudo chega em mau estado à minha secretária. É impossível conseguir organizar-me quando à minha volta impera o caos dos papéis trocados, dos telefonemas urgentes, dos directores indecisos. Por isso passaram treze dias desde o ultimo post. Mil desculpas a quem por aqui se perdeu e deu com um jornal bom para embrulhar castanhas, que é para o que servem aqueles que já lemos na integra.
O fim de semana do 15 de Agosto foi deveras agradável. Descobri um hotel novo em Reguengos de Monsaraz que fez as minhas delicias. Chama-se Hotel Provincia. Para quem gosta do petisco alentejano, de calma e de simpatia, num ambiente mesmo muito agradável, sente-se lá como eu me senti: em casa. Também pela primeira vez na vida fui à Ericeira. O hotel Vila Galé é o oposto do Provincia, e quero ver se lá não volto. Mas a vila é simpática, parecia que tinha voltado às férias na Nazaré, adolescente e com a mana mais velha.
No dia 19 o Pedro fez anos. Foi um bom dia. Ontem fomos a casa da Tia Guida, que fez 60 anitos com muita esperança em fazer ainda mais, mas que os resultados visiveis da quimioterapia pareciam minorar. Hoje voltei ao trabalho. Estou com cara e disposição de segunda-feira, que se agravam por ter dado um mau jeito ao ombro esquerdo.
E por não saber que volta dar à minha vida, naquela parte que diz respeito à relação do casal no qual a familia se centra.