28/08/2003

De volta

Ontem cheguei a casa cedo. Ia gastar o meu fim de tarde a jogar Playstation com o Pedro, mas ele fez birra no café e por isso perdeu a "medalha de bom comportamento". Entrámos em casa, sentámo-nos na cama dele e calmamente expliquei-lhe porque é que iamos ter de encontrar outra actividade para os dois.
Tocou o telefone:
"Boa tarde, minha senhora, é de casa do Sr.Artur, pai do Arturito? Daqui fala da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Sintra, e estou a ligar para saber se o menino está convosco ou com a mãe. É que recebemos uma denuncia anónima, no dia 14 de Agosto, de que o menino teria sido agredido pela mãe. A pessoa que fez a denuncia disse que o menino passava fins-de-semana e férias com a mãe e que nesses dias havia sempre confusões, mas que desta vez a coisa foi de tal ordem que alguém chamou inclusivamente a GNR, que quando chegou não encontrou ninguém. Como estivémos de férias, vamos apenas agora proceder às averiguações necessárias..."
Ah, não sabiam? É. A minha vida é mesmo uma novela, e voltámos aos episódios trágicos. O Artur diz que não acredita que tenha sido algo muito grave. Mas ninguém faz uma denuncia desta gravidade por uma ninharia. E ninguém faz uma denuncia deste género que envolva um menino meu e eu fico descansada. Engraçado é as nossas autoridades acharem que podem ir de férias, ou que durante o mês de Agosto as crianças e jovens de Portugal não sofrem maus tratos.
Como eles dizem na televisão: não perca os próximos capítulos...