06/01/2004

Segundo dia de trabalho é duro...

Muito pior que o primeiro. Custa mais a levantar, custa mais a sair de casa, custa mais a olhar para os papéis. Por isso, almocei com a minha tia e aproveitei a tarde para auxiliar no pedido de documentos via net, necessários para a habilitação de herdeiros e outras burocracias irreais pelas quais é obrigatório passar. Parece que o Estado imagina que assim nos vai ajudando a aliviar a dor da perda de alguém querido, transformando essa dor em frustração, irritação e quase desespero por nunca mais estar tudo tratado. Imagino que já todos tenhamos aprendido, realmente, a lidar com a mágoa, quando tudo estiver tratado.
O Artur hoje vai dormir a Barcelona. Informei-me correctamente, e uma das alternativas para suportar melhor a crise económica é a suspensão do contrato de trabalho dele (que dá direito a subsídio de desemprego) até ao pagamento integral da dívida da sociedade perante ele. É que, como ele dizia ontem, ir trabalhar agora é contraproducente, porque se enerva, se descontrola, e ainda por cima gasta dinheiro, em vez de o ganhar.
Os putos andam bem e felizes. Amanhã, se tudo correr bem, conto-vos a nossa história de Natal, uma versão muito portuguesa do Scrooge.