11/09/2003

Memórias

Fui fazer o tal electroencefalograma com prova de sono. Depois de uma noite em que dormi apenas duas horas, depois da viagem até à Clinica meio adormecida, quando me mandaram relaxar e dormir, zás!, qual quê. Se dormi um minuto foi muito bom, já dizia a srª enfermeira que me pôs, literalmente, os cabelos em pé, com o gel e aquelas coisas que servem para fazer o EEG...
É que, quando fechei os olhos, e tentei contar carneirinhos, a minha memória pregou-me a partida de me fazer rever os acontecimentos do ano passado e de há dois anos. Se eu fosse supersticiosa, hoje não teria saido de casa. Há dois anos foi New York e o mundo que sofreram danos irreparáveis. Há um ano foi o meu Arturito que os sofreu. As vidas perdidas no WTC, no Afeganistão, no Iraque, não se recuperam. A alma daquele menino vai-se tentando curar. É caso de "que é que o traseiro tem a ver com as calças?", mas a data é a mesma e na minha cabeça (que hoje se provou, contra a opinião de alguns, que contem neurónios a funcionar), tudo se mistura.
A esperança tem de ser mesmo num futuro mellhor, que o passado deixa dúvidas de se conseguir.