16/09/2003

Esqueci-me...

...do que vinha dizer. Vim muito lançada, no regresso do quarto de hora de almoço que me permiti, aqui direitinha para vos dizer algo que já não sei o que era. Adoro quando isto acontece. :p
Bem, vou práqui carregando numas quantas teclas, pode ser que me lembre do que era... Para já, há que referir que este ano parece que o Arturito está com sorte... ou não. Para nós, pais ou equiparados, o professor é dos melhores que se podia arranjar lá pela escola: não admite faltas de respeito, é exigente quanto ao que ensina e quanto á  educação, tem cuidado com os miudos e trata-os com algum carinho, enfim, um auxiliar precioso para nós. (Quanto a isto, muito poderiamos dizer sobre quem auxilia quem, que há para aí­ uns pais e mães que têm entendimento diverso do meu, mas, não temos tempo!) Para o miudo, a perspectiva é diversa, claro. O Prof.Mário já tinha fama daquilo que é, e miudo que se preze prefere largamente quem dele pouco exija e lhe dê mais "amplitude de movimentos", do que alguém que os faça andar direitinhos...
Eu sabia que me havia de lembrar! Numa troca de e-mails com alguém com quem gosto cada vez mais de o fazer, fui considerada como pertencente à classe média/média-alta. Não sei muito bem quem é que se enquadra em qual, nem como se dividem... Para a Manuela Ferreira Leite, pelo que me leva em impostos, até devo pertencer à classe alta, mas acho que ser "aliviada" de tantos euros todos os meses significa apenas que trabalho por conta de outrem e sou mal paga. Não recebo nem cinco cêntimos a mais do que aquilo que vem no meu recibo. Não exerço qualquer actividade remunerada fora deste meu local de trabalho. O Artur ganha tanto como eu, quando ganha, que a empresa dele deve-nos três meses de ordenado. Não pertenço, claramente, a uma classe baixa. Temos uma casa adquirida com recurso a crédito, um T3 com 27 anos e a precisar de melhoramentos (nada de canalizações, que essas já foram abençoadamente substituidas pelos anteriores proprietários. Temos dois vei­culos automóveis, um com doze, outro com dez anos, ambos já alvo de reparações que exigiram recurso a crédito, mas cuja substituição não pode ser por nós ponderada, nem com recurso a crédito. Temos dois miudos, um no ensino público mas também no ATL da escola, outro num infantário de uma IPSS, que mesmo assim sai caro. Eu compro o passe da Carris para vir para Lisboa, o Artur, por causa dos horários e da localização do emprego, traz o carro diariamente. Isto tudo, se calhar, atira-nos para a classe média, nunca para a média-alta. E se assim é mesmo, é uma chatice pertencer a tal classe neste paí­s, em que ser médio significa contar os euros que se tem até ao fim do mês. Pertencer à classe média deveria significar que se chegava calmamente até ao fim do mês, desde que não se fizessem extravagâncias. Deveria significar que quando o Artur precisa de um fato eu não precisasse de fazer contas para ver se pode ser este mês ou não.
Mas haja saúde e paz, que o resto a gente faz.