27/09/2004

Comiseração

substantivo feminino
sentimento de piedade para com a infelicidade alheia; compaixão;
(Do lat. commiseratióne-, «apelo à piedade») in infopedia.pt

A minha mãe ontem passou lá por casa, para aliviar a consciência. Houve uma senhora em Julho que comentou à frente dela que o meu filho era uma criança muito desprezada. E a minha mãe, aparentemente, concorda com tal afirmação. Foi lá dizer-mo, not in so many words, e alertar-me para todas as coisas mal feitas que eu vou fazendo, e que se irão, com toda a certeza, repercutir no futuro do Pedro.
Tenho a agradecer à minha mãe o empurrão que me deu para me deixar de preocupar com o destino e o futuro do filho dos outros. Talvez tenha mesmo que diferenciar a forma de lidar com ambos, e, se calhar, parar de pensar no conjunto e passar a pensar em mim e naquele que concebi, e não nos negar aquilo a que temos direito, nós, titulares da relação biologicamente mais forte que pode existir.

16/09/2004

Impressionante

O facto de eu ter esperança em conseguir a tão ansiada promoção com a mudança que se avizinha apenas demonstra que ainda há uma criança ingénua e sonhadora em mim. Amanhã saberemos, que eles (os novos directores) virão cá e terei tempo para lhes dar uma palavrinha.
É, também, oficial: o miudo irá morar com a mãe no próximo ano lectivo. Vá feliz e viva em paz.
Não tenho dinheiro e tenho poucas previsões de créditos à conta nos próximos tempos.
Irei hoje saber quando terão inicio as aulas dos miudos. Não que nenhum deles tenha muita vontade de começar a ter aulas...
Acordei às 5 da manhã e estive a passar a ferro entre as 5:30 e as 7:00. Se isto não é um sinal de loucura, não sei o que seja.
Tenho muita coisa para fazer e não me apetece. Ainda bem que amanhã é sexta-feira.

As buscas que aqui vos trazem...

marcha com canadianas
As consequencia do lixo Atomico
sardinhada como fazer
"participação portuguesa nas"
maquina de fabrico de tijolos
prendas. criança.pt
minha novela
fotos de anorexicas
e este, meus amigos, só vendo: http://search.msn.com/preview.aspx?&q=o+paraiso+da+barafunda

confesso-me espantada. principalmente com a máquina de fazer tijolos...

14/09/2004

Outra vez no carrossel!

E eu, que estava aqui tão bem, vou mesmo ter de mudar. De local de trabalho, de departamento, de tudo. Aqui não posso ficar, aparentemente. Estranho, o Álvaro pode, mas eu não. Esta coisa de ter vindo parar a um departamento de "calças rule!" tem destas coisas. A direcção vai-se livrar das duas nódoas que aqui tem, e eu vou levar uma delas atrás de mim... ou não. A questão agora é saber se me dão as condições que eu quero para mudar, ou se vou começar do zero noutro lado qualquer, longe das questões jurídicas. Há essa possibilidade, e eu até tenho tido ofertas. Se não me derem o que eu quero, vou arranjá-lo noutro lado. As exigências não são muito grandes, mas existem e eu quero-as concretizadas antes da mudança. E mai nada! :p
Entrementes, lá por casa, ainda não se sabe para quando o regresso do filho pródigo do Artur. Supostamente estamos a dois dias do feliz evento, mas desde que o Artur teve a conversa de deixar o miudo ficar com a mãe que me parece que decidiu aumentar largamente a minha distância relativa a essas questões, e deixar as coisas andar em vez de exercer os direitos e deveres decorrentes de ter a guarda e exercício do poder paternal do miudo. Eu, depois de ponderar um bocado, acabo por chegar à conclusão que será talvez melhor que isso suceda. Desde que todos assumam a sua responsabilidade nas decisões tomadas ou a tomar, e que me ilibem dos dramas que possam vir a ocorrer entre mãe, pai e filho, por mim está tudo bem. Tipo "ok, a decisão não me compete, tomem-na mas a partir daqui não me venham com conversas de problemas, de confusões, de chatices, de faltas disto e daquilo para o miudo porque eu não quero saber." Não vou dar dinheiro à senhora, não vou gastar nem mais um cêntimo com seja o que for que o puto precise, porque esse filme, depois, é problema da mãe dele, que tem nisso muito mais responsabilidade que eu alguma vez tive, e se eu a assumi enquanto me compete depois terá de ser ela a assumi-la, não deixando faltar nada ao miudo como não tem faltado enquanto fez e fizer parte do meu agregado familiar. Problema dela se não tem com quem dividir as despesas, problema dela se não tem com quem deixar a criança, problema dela se falta isto ou aquilo. Será tão melhor para mim... Haverá um lugar no meu coração que terá mesmo muita pena do miudo, e do Artur, se as coisas correrem mal. Mas Deus mandou-nos ser bons, não estúpidos e eu tenho outras coisas com que me preocupar que são da minha quase exclusiva responsabilidade.
De volta à papelaria, as coisas correm bem. A maior divida da sociedade, aparentemente, está prestes a ser liquidada. Estive lá a ajudar e o movimento é muito grande. São, conto contigo se precisar de alguma coisa daquelas que tu percebes e que para mim são japonês :))
Mas o melhor de tudo foi ontem a Dr.ª Luisa ter dito que o Pedro está muito bem da parte respiratória. Haja saude, que tanta falta faz, que o resto resolve-se.

07/09/2004

Estou tão farta!

Dizia o Sr.Ministro que trabalhar é contra natura ou coisa parecida. Eu trabalho numa instituição bancária de créditos firmados (e outros mal-parados, mas não é isso que interessa agora), com lucros que aumentam todos os anos e essas coisas todas. Há quem diga que só quem vive no convento sabe o que vai lá dentro. Ora eu vivo neste convento há treze anos, e cada vez me convenço mais que por aqui ocorrem milagres. Agora pedem-nos o milagre de trabalhar sem papel, sem pastas de arquivo, e principalmente, sem café. Tudo por causa de birras de funcionários, de uma péssima gestão de atribuições feita pela direcção do meu departamento, e de uma técnica que se acha o supra-sumo da batata e decidiu meter o bedelho onde ninguém a chamou. Sem falar na incompetência de um director, que ao tentar remediar a situação ainda a piorou.
Ando a fazer o trabalho de três pessoas. TUDO é urgente. Penso seriamente adoptar o sistema dos hospitais e dar à direcção papelinhos verdes, amarelos e vermelhos para capear os processos que me distribuem, em função de quantas pessoas já lhes teleforaram a pedir urgência no tratamento do dito.
Como se isto não bastasse, temos a crise económica. Esta altura do ano é dramática para quem tem filhos. Depois de ter gasto rios de dinheiro no baptizado do Pedro, que o pai apenas comparticipará (em data a escolher pelo próprio) a 25%, surgem as despesas escolares.
E a crise da saúde: o marido da minha mãe é operado amanhã no HGO, a qualquer coisa na bexiga e na próstata, com os inerentes problemas de ordem psicológica que se abateram sobre o agregado familiar. E a consulta do Pedro no dia 9, em Santa Maria, para perceber afinal que raio de problema respiratório é que ele tem, ou não, e à qual o pai já informou que não irá, porque afinal eu levei o puto lá às urgências e só o informei a posteriori, logo, não preciso da presença dele (esta ultima parte é indiscutível, não preciso mesmo dele lá para nada).
Temos ainda a situação negocial: ficar ou não com o trespasse de uma papelaria e apostar nisso o futuro da familia lá de casa, criando por um lado uma ocupação para o Artur e tentar assegurar a estabilidade económico-financeira.
Por ultimo, a declaração bombástica de Artur ontem: estou a pensar seriamente em deixar o Artur para o ano ir viver novamente com a mãe. Desengane-se quem espera comentários meus. Ainda não decidi quais os politicamente correctos que não impliquem maldizer a minha vida nos ultimos quatro anos, e achar que realmente nada vale a pena mesmo quando a alma não é pequena.
Haja paciência...

01/09/2004

Setembro

Hoje até teria bastante a dizer. Sobre o barquinho plantado ao largo das nossas áreas territoriais, sobre o fim do mês de Agosto, sobre o resultado da participação portuguesa nas Olimpíadas, sobre as alterações na Habitat que se aproximam, sobre a tendinite e a fisioterapia que vou ter de fazer, sobre o facto de o Artur ir deixar de receber ordenado fixo e passar apenas a receber comissões das vendas que fizer e as implicações de tal coisa na economia do agregado familiar, sobre o inicio do primeiro ano lectivo do meu filho que não se sabe ainda quando será, sobre as mudanças que estão a programar para a área onde trabalho. Tanta coisa que não sei por onde começar, desenvolver e acabar, que por isso não escrevo nada.
Alguém se lembra de eu dizer que não andava a pensar em muita coisa? Me and my biiiiiiiig mouth!